segunda-feira, 24 de agosto de 2015

NOITE


Sorria em cada esquina do caminho
tentando lembrar do dia em que estávamos mais mortos que a sede dentro de nós mesmos por justiça

O medo jorrava dos ladrilhos sujos que conectavam as celas sem portas dos nossos corações

Coçando a cabeça o cabelo escuro do fim dos nossos dias em vez de voar ao vento estava sujo e sem brilho a alma já cansada procurava um grito

no vento gelado dos elevados

nos mendigos sem teto mortos de fome comendo cacos de vidro dentro de tubos de cachaça

fumando soquetes de lâmpadas com canetas bique enrolados em cobertores marrons cor de terra batida...dessa terra que se agita … que grita e grita...

O ar que sorria era a tortuosa vitrine de uma ideia antiga...vontade de voar...

sem planador sem avião da janela do pensamento

Nascia um momento ímpar sem multiplicador comum

Arrastando o corpo sem vida

ouvi multidões e vomitei palavrões em vão busquei a vida em tantas ilusões!

Trôpego dormi enrolado no jornal embaixo do banco … na praça

inferno em vida … o melhor é dormir

Trôpego abri a janela do avião no apartamento enrolado na fumaça

e dormi... dormi......


                                                   Garnov 05/2013

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